terça-feira, 5 de abril de 2011

Bem-me-quer


Olha para mim.
Deixa voar os sonhos.
Onde não existe espaço para solidão.
A felicidade cabe nas nossas mãos que se encaixam.
E os brilhos do mundo cintilam em nós.
É um lugar encantado.
É um lugar onde tudo me faz sorrir.
É um lugar onde tudo te faz sorrir.
Palavras bonitas.
Verdade.
Perdem-se os medos.
Dorme no meu abraço.
Só neste lugar tudo faz sentido.
Olha para mim.
Fico um pouco mais envergonhada mas olha para mim.
Gosto que me olhes.
Só neste lugar nosso.
Onde a luz é nossa.
E não ha tristeza.
Onde a vida é feita de sentir.
Abraço-te.
Tu abraças-me.
Fazes-me lembrar quem eu sou.
Faço-te lembrar quem és.
Deixa o sol brilhar em nós.
Deixa que se cumpram promessas de cá ficar.
Cúmplices.
Imortais.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Sorriso


Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios.

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador.

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados e doridos.

Sorri. Vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz.


Charles Chaplin

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Inspiração


São pequenas notas tocadas ao de leve.
Uma doce melodia que com vaidade ecoa no meu espírito.
Acarretas a mais simples complexidade entre a imaginação e a realidade.
Entre o pensamento e a saudade.
És a que me conhece por completo.
Minha musa.
Minha verdade.
Trazes-me sorrisos.
Fazes-me recordar.
Fazes-me viver.
Não falas, não gritas. Simplesmente oras e sussuras.
Entre desejos, lágrimas, alegrias e esperanças és a que me escuta.
Levas-me a flutuar por mundos infinitos e impossíveis que a mente infortuna não atinge.
Fecho os olhos e o teu sussuro melódico inspira-me.
És tu.
És tu que me embalas na viagem que fazemos juntas.
És a dor dum pobre e o sorriso duma criança.
És a estrada inteira que tenho a percorrer.
Minha doce companheira.
Minha doce guitarra.

domingo, 10 de outubro de 2010

Estação Terminal


Acordei, caminhei até à estaçao para apanhar o comboio q saía às 44. Desde a saída de casa até à paragem de comboio estavam os minutos contados, de forma a não estar aborrecida na estaçao à espera do comboio, nem de forma a chegar tarde demais e perde-lo.

- Alcantara - Santos - Cais Sodre
- Parti para o metro -

Para variar, as pessoas nao sorriam, tudo permanecia escuro, confuso, apressado e rotineiro. De pé, agarrada ao ferro da cabeceira dos bancos, lá estava eu a baloiçar à medida que o metro aumentava a velocidade. Na carruagem havia pessoas de todas as raças, pessoas bem vestidas, outras mais comodamente, muitos estudantes, alguns trajados, outros mais novos e com mochilas às costas. Encostados às portas dois espanhóis conversavam sobre futebol.

- Rossio - Martim Moniz

Entram mais uns tantos para a carruagem. Os bancos estavam todos ocupados e quase não haviam lugares de pé. Era o caos matinal a revelar-se cada vez mais aceso.

- Arreiro - Roma - Alvalade
Estava quase a sair daquele inferno de carruagem. Olhei novamente para o ecrã do telemóvel para ver as horas e estava tudo controlado, ainda eram 8:40h.
Ao fundo deparei-me com mais um dos muitos invisuais que percorrem as linhas confusas do metro de Lisboa a cantarolar, a bater com colheres em latas ou simplesmente a bater com a cana no chão, na esperança duma moeda de alguém bondoso.
Desta vez essa alma caridosa que falo foi um homem diferente dos habituais que sacam da carteira, tiram a moedinha preta mais pequena que está para lá perdida ou a ocupar espaço. Um homem que vende revistas da CAIS. Sim é isso mesmo! Ouvi a moeda a bater no fundo da caixa de latão do cego que agradecera instintivamente.
Todos sabemos o quão aborrecidas são essas pessoas que surgem nos sitios mais bizarros com essas revistas na mão a impingirem a sua compra que nos dizem ser para ajudar associações, para eles mesmos pois não têm sustento, etc etc. Mas desta vez esse tal vendedor ambulante de metro arrepiou-me.
Sim é verdade! Um dependente da sociedade ajudara um invisual que cantava no metro confuso e agitado da Grande Cidade de Lisboa.
Quebrou aquela minha manhã rotineira de Outubro... Um homem diferente, é isso.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Aprovação do novo acordo ortográfico

Fiquei completamente perplexa e indignada com a mais recente aprovação do Governo português em que este aprova o novo acordo ortográfico. Neste documento são suprimidos os hífenes, e aquelas tais letrinhas pelo meio de palavras como “óptimo” e “contacto” que serão abolidas como já há muito foram pelos nossos irmãos brasileiros. A aprovação deste documento tem como objectivo criar uma ortografia a ser usada por todos os países de língua oficia portuguesa que o venham a aprovar. No entanto, e resisto á mudança, talvez por elo intelectual à forma corrente da escrita. Aqui expresso a minha indignação em palavras sem meias medidas pois estou evidentemente contra a este acordo que leva praticamente ao afastamento da língua mãe.
Está certo que o documento não entra para já em vigor, existe ainda um período de transição de seis anos. Então mas e os anos passam! E depois desses seis anos como será? No emprego, na vida quotidiana e até quem escreve para o mundo sentirá uma diferença imensa. Já para não falar dos estudantes que terão que se adaptar claramente a esta nova escrita. Nos exames e até nos testes ao longo dos anos lectivos, haverão sempre aquelas dúvidas e hesitações ao empregar certas palavras. Hoje em dia, com o uso da língua portuguesa sem qualquer acordo feito, quem escreve bem e sem erros é de certa forma um aluno que se diferencia dos outros que evidentemente dão erros e têm uma baixa ou nenhuma sabedoria a nível ortográfico.
Li, um certo dia, que um estudante sem inclinação para o trabalho é como um esquilo na sua roda pois não faz qualquer progresso. Então, com a aprovação deste documento, como quererão um progresso, se o que acontece ultimamente é virar o mundo de pernas para o ar? Querem e impõem um progresso constante na vida dos portugueses, mas está visto que essa palavra não consta no balanço de desenvolvimento de Portugal.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Sabedoria


É incrível quando olhamos em nossa redor e nos deparamos com uma sociedade em constante alvoroço onde as pessoas não possuem o mínimo de paz de espírito e se sentem em constante pressão e stress nas várias situações do dia como no trabalho ou na vida de casa. É inexplicável como não existe compaixão uns pelos outros e nem mesmo por si próprios. É certo que podemos traçar uma linha mas essa linha não sair recta como nós gostaríamos que fosse. A primeira reacção do ser humano é entrar em tensão e se irritar com o mais próximo e na verdade não repara que essa pessoa pode ter mais problemas que nós e que até o poderíamos ajudar mas como o ser humano não passa de um indivíduo egocêntrico apenas se preocupa consigo.
A persistência é que leva à perfeição. Então porque não mudar um pouco?
É natural que a mudança que o desafio representa nos assuste, no entanto está nas nossas mãos a escolha de aprender a fluir com as várias fases da mudança, não resistindo mas abrindo a mente e o coração para novas possibilidades de vida que vêm logo a seguir.
Se reflectirmos um pouco reparamos que quando estamos ocupados a servir, a cuidar, a amar, a zelar pelos outros, não há lugar ao vazio.
Um segredo muito importante para a vida é dar aquilo que queremos receber, por exemplo, queres mais riso e alegria na tua vida? Desenvolve o teu sentido de humor e traz boa disposição à vida dos outros. Queres mais paz? Faz mais paz no teu coração. Ajuda-te a ti próprio ajudando os outros.
O maior conhecimento aprende-se com a ciência da vida, com as suas próprias leis e a sabedoria é conhece-las e fazer delas o nosso guia.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Conto de natal

Faltavam 4 dias para a véspera de natal e o mundo inteiro ansiava a chegada do pai natal. As crianças contavam pela mão os dias para o tão esperado dia e pensavam nos presentes que tinham pedido na carta que enviaram ao pai natal e os mais graúdos começavam a tratar da ceia minuciosamente, as entradas, o tradicional bacalhau, o genuíno vinho e as apetitosas sobremesas.
Na Lepónia, o pai natal e os seus duendes continuavam com o seu árduo trabalho de finalizar todas as prendas pedidas pelas crianças de todo o mundo. Quando, o mensageiro do pai natal, chega perto dele e diz:
- Estive a dar uma vista de olhos lá por baixo e reparei num detalhe muito importante.
- Ora fala. - Diz o Pai Natal intrigado.
- É a crise do amor! Falta amor pelo mundo inteiro, só pensam nos presentes, na comida, na roupa que hão-de vestir no dia de natal, mas ninguém pensa no amor que nesta época tem que ser espalhado e transmitido uns pelos outros para que haja harmonia e felicidade nos corações das pessoas. – Fala o mensageiro.
- Já não bastava a crise que tem afectado países sem conta nos diversificados sectores, agora só me faltava esta, a crise do amor, onde já se viu? – Profere o Pai Natal zangado.
- Tem toda a razão. - Diz o mensageiro cabisbaixo.
- Está feito! Este ano não há Natal. Nesta época privilegia-se os afectos e a humanidade nem sabe o que isso significa. Duendes! Parem já com o trabalho, estão de folga até que a população entenda o sentido desta quadra.
O dia de natal tinha chegado e as crianças encontravam-se a dormir tranquilas e ansiosas nas suas camas. A luz do sol acordava-as devagar sem as incomodar muito. Elas iam abrindo os olhos docemente e corriam para junto da árvore de natal que, por espanto, estava vazia.
As famílias de todo o mundo estavam intrigadas e impacientes por saber o porquê daquela situação. Estas começavam a discutir e a zangarem-se umas com as outras. No cimo das árvores de natal, junto à estrela, encontrava-se um papel brilhante, deixado pelo pai natal, que continha uma frase sugestiva e racional para que cada uma das famílias entendesse o verdadeiro significado desta época, e não cometesse o mesmo erro no ano seguinte.
Após várias reflexões as pessoas repararam no quão erraram e como forma de aprendizagem, começaram a abraçar-se umas às outras e a dizer aos seus pequeninos que gostam muito deles.
O pai natal ao visualizar aquele manto de amor rasga um sorriso e sente-se repleto de alegria.
- Eles aprenderam a lição. - Afirma um dos duendes.
- É verdade. Dá cá um abraço amigo.
- Feliz Natal Patrão. - Declara o Duende.