sábado, 20 de dezembro de 2008

Conto de natal

Faltavam 4 dias para a véspera de natal e o mundo inteiro ansiava a chegada do pai natal. As crianças contavam pela mão os dias para o tão esperado dia e pensavam nos presentes que tinham pedido na carta que enviaram ao pai natal e os mais graúdos começavam a tratar da ceia minuciosamente, as entradas, o tradicional bacalhau, o genuíno vinho e as apetitosas sobremesas.
Na Lepónia, o pai natal e os seus duendes continuavam com o seu árduo trabalho de finalizar todas as prendas pedidas pelas crianças de todo o mundo. Quando, o mensageiro do pai natal, chega perto dele e diz:
- Estive a dar uma vista de olhos lá por baixo e reparei num detalhe muito importante.
- Ora fala. - Diz o Pai Natal intrigado.
- É a crise do amor! Falta amor pelo mundo inteiro, só pensam nos presentes, na comida, na roupa que hão-de vestir no dia de natal, mas ninguém pensa no amor que nesta época tem que ser espalhado e transmitido uns pelos outros para que haja harmonia e felicidade nos corações das pessoas. – Fala o mensageiro.
- Já não bastava a crise que tem afectado países sem conta nos diversificados sectores, agora só me faltava esta, a crise do amor, onde já se viu? – Profere o Pai Natal zangado.
- Tem toda a razão. - Diz o mensageiro cabisbaixo.
- Está feito! Este ano não há Natal. Nesta época privilegia-se os afectos e a humanidade nem sabe o que isso significa. Duendes! Parem já com o trabalho, estão de folga até que a população entenda o sentido desta quadra.
O dia de natal tinha chegado e as crianças encontravam-se a dormir tranquilas e ansiosas nas suas camas. A luz do sol acordava-as devagar sem as incomodar muito. Elas iam abrindo os olhos docemente e corriam para junto da árvore de natal que, por espanto, estava vazia.
As famílias de todo o mundo estavam intrigadas e impacientes por saber o porquê daquela situação. Estas começavam a discutir e a zangarem-se umas com as outras. No cimo das árvores de natal, junto à estrela, encontrava-se um papel brilhante, deixado pelo pai natal, que continha uma frase sugestiva e racional para que cada uma das famílias entendesse o verdadeiro significado desta época, e não cometesse o mesmo erro no ano seguinte.
Após várias reflexões as pessoas repararam no quão erraram e como forma de aprendizagem, começaram a abraçar-se umas às outras e a dizer aos seus pequeninos que gostam muito deles.
O pai natal ao visualizar aquele manto de amor rasga um sorriso e sente-se repleto de alegria.
- Eles aprenderam a lição. - Afirma um dos duendes.
- É verdade. Dá cá um abraço amigo.
- Feliz Natal Patrão. - Declara o Duende.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Portugal e a crise

Portugal vive actualmente num panorama de crise que tem vindo a desproporcionar-se constantemente. Deparo que esta situação chegou a um tal ponto que não posso deixar de falar. Ao olhar para o que se passa em Portugal não é novidade nenhuma que este se encontra mergulhado em instabilidade. A tudo isto culpa-se o petróleo que tem aumentado gradualmente e as gasolineiras por aproveitarem-se da situação, o que num mercado livre, com a lei da oferta e da procura, seria natural. Já para não falar da economia que tem vindo a deteriorar-se ao longo dos tempos.
O consumo das famílias está em desaceleração e as exportações podem deprimir o que provavelmente levará a uma estagnação da economia portuguesa até ao final do ano.
Mas se recuarmos um pouco no tempo e nos relembrarmos da crise do século XIV deparamo-nos com a fome, peste e guerra. Esses sim eram factores fortes de uma crise forte. Hoje em dia, está certo que existem doenças graves mas o dinheiro comanda a vida, e quem o possuir consegue ter uma saúde de ferro. Na época da crise do século XIV, a medicina estava muito pouco desenvolvida e as pessoas pensavam que a peste era um castigo enviado por Deus. A única medida aconselhada era limpar o corpo com vinagre, o que hoje em dia nem sequer nos passa pela cabeça pois possuímos medicina muito mais avançada e cara também. Mas, já os deputados, não passam fome nem sequer sabem o significado dessa palavra. E a guerra? Seria de veras horrível viver em clima de guerra. A humanidade fechada em casa a acordar com o barulho que vem la de fora enquanto o medo as domina. Esses factores acima referidos são veramente fortes que demonstram o que é uma verdadeira crise.
Pior do que qualquer crise é perder-se a esperança. E para o evitar não bastam frases à Obama do "sim, conseguimos".
É decisivo que em Portugal se sinta mais democracia mas sobretudo, precisamos de homens capazes de a implantar.
Portugal já não existe. Aquele Portugal do povo nobre, nação valente, de conquistadores e aventureiros, isso já morreu há muito tempo.