domingo, 5 de dezembro de 2010

Sorriso


Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios.

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador.

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados e doridos.

Sorri. Vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz.


Charles Chaplin

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Inspiração


São pequenas notas tocadas ao de leve.
Uma doce melodia que com vaidade ecoa no meu espírito.
Acarretas a mais simples complexidade entre a imaginação e a realidade.
Entre o pensamento e a saudade.
És a que me conhece por completo.
Minha musa.
Minha verdade.
Trazes-me sorrisos.
Fazes-me recordar.
Fazes-me viver.
Não falas, não gritas. Simplesmente oras e sussuras.
Entre desejos, lágrimas, alegrias e esperanças és a que me escuta.
Levas-me a flutuar por mundos infinitos e impossíveis que a mente infortuna não atinge.
Fecho os olhos e o teu sussuro melódico inspira-me.
És tu.
És tu que me embalas na viagem que fazemos juntas.
És a dor dum pobre e o sorriso duma criança.
És a estrada inteira que tenho a percorrer.
Minha doce companheira.
Minha doce guitarra.

domingo, 10 de outubro de 2010

Estação Terminal


Acordei, caminhei até à estaçao para apanhar o comboio q saía às 44. Desde a saída de casa até à paragem de comboio estavam os minutos contados, de forma a não estar aborrecida na estaçao à espera do comboio, nem de forma a chegar tarde demais e perde-lo.

- Alcantara - Santos - Cais Sodre
- Parti para o metro -

Para variar, as pessoas nao sorriam, tudo permanecia escuro, confuso, apressado e rotineiro. De pé, agarrada ao ferro da cabeceira dos bancos, lá estava eu a baloiçar à medida que o metro aumentava a velocidade. Na carruagem havia pessoas de todas as raças, pessoas bem vestidas, outras mais comodamente, muitos estudantes, alguns trajados, outros mais novos e com mochilas às costas. Encostados às portas dois espanhóis conversavam sobre futebol.

- Rossio - Martim Moniz

Entram mais uns tantos para a carruagem. Os bancos estavam todos ocupados e quase não haviam lugares de pé. Era o caos matinal a revelar-se cada vez mais aceso.

- Arreiro - Roma - Alvalade
Estava quase a sair daquele inferno de carruagem. Olhei novamente para o ecrã do telemóvel para ver as horas e estava tudo controlado, ainda eram 8:40h.
Ao fundo deparei-me com mais um dos muitos invisuais que percorrem as linhas confusas do metro de Lisboa a cantarolar, a bater com colheres em latas ou simplesmente a bater com a cana no chão, na esperança duma moeda de alguém bondoso.
Desta vez essa alma caridosa que falo foi um homem diferente dos habituais que sacam da carteira, tiram a moedinha preta mais pequena que está para lá perdida ou a ocupar espaço. Um homem que vende revistas da CAIS. Sim é isso mesmo! Ouvi a moeda a bater no fundo da caixa de latão do cego que agradecera instintivamente.
Todos sabemos o quão aborrecidas são essas pessoas que surgem nos sitios mais bizarros com essas revistas na mão a impingirem a sua compra que nos dizem ser para ajudar associações, para eles mesmos pois não têm sustento, etc etc. Mas desta vez esse tal vendedor ambulante de metro arrepiou-me.
Sim é verdade! Um dependente da sociedade ajudara um invisual que cantava no metro confuso e agitado da Grande Cidade de Lisboa.
Quebrou aquela minha manhã rotineira de Outubro... Um homem diferente, é isso.